Dia 22 de Abril de 2015
“Segundo dia do Projecto”
Tempo: 9h-15h
1- Objectivos: pôr em prática o projecto construído;
Intervenientes: Eu (Beatriz); Ana, educadora Elisabete, auxiliar Anabela, pais e crianças;
Intencionalidades Pedagógicas: dinamizar as actividades planeadas; cumprir com os objectivos estabelecidos; melhorar o que correu menos bem no primeiro dia; fazer com que corra tudo bem;
2- Desenvolvimento da actividade/acção:
Neste dia, não chegamos tão cedo, como no primeiro, pois a educadora Elisabete disse que não era necessário, pois teríamos que esperar por ela para começarmos com a actividade (por um questão de organização) e porque já tínhamos alguns materiais preparados do primeiro dia (nomeadamente os cartazes e os alimentos em forma de brinquedo).
Assim, chegámos lá por volta das nove, fomos buscar a roda dos alimentos, preparámos os questionários e a disposição das mesas, tirámos as “célebres” fotos e esperámos pela educadora.
Quando começamos (passava pouco das nove e meia) reparámos que havia poucas crianças, mas pensámos que ao longo da manhã iriam aparecer mais, contudo, isso não se verificou e assim, tal como no primeiro dia, não podemos fazer a aula de dança.
Grande maioria das crianças que lá apareciam ficavam pouco tempo, salvo algumas excepções, como foi o caso de uma mãe que lá apareceu na instituição, com duas filhas gémeas a comer batatas fritas e a beber coca-cola às onze da manhã.
Eu inicialmente não reparei na chegada delas, pois estava a falar com três meninos, mas quando reparei não soube bem o que fazer, então eu e a Ana pensámos em dividir-nos e enquanto eu falava com as meninas ela tentava alertar a mãe. Contudo, a mãe não levou a bem e ficou um bocado aborrecida. Já as meninas, perceberam o que lhes quis explicar e não quiseram comer o resto das batatas nem a Coca-Cola, mesmo com a insistência da mãe.
De resto, correu tudo normalmente, como no primeiro dia (aplicámos o projecto, como no primeiro dia), tirando, o facto (como já referi à pouco) que estavam menos crianças, o que nos dificultou um pouco o nosso trabalho, pois não podemos chegar a tantas crianças.
Com o feedback que recebemos dos poucos pais, das crianças e da educadora, percebemos que elas gostaram do nosso projecto, que viram o nosso esforço e elogiaram bastante o nosso desempenho.
3- O que aprendi?
Aprendi, que por mais que as escolas se esforcem em ensinar as crianças, se estas não tiveram uns pais, que as ajudem, nada servirá os esforços das escolas. Nesta situação, das meninas a comerem batatas fritas e a beberem coca-cola, a meio da manhã, pelo que eu entendi, ao falar com elas, já tinham ouvido na escola, a importância de ter uma alimentação saudável e que alimentos são de facto saudáveis e fazem bem à nossa saúde. Contudo, a alimentação que têm tido, em nada se verifica esses ensinamentos. Tudo bem, que como ainda são crianças “não podem mandar nos pais”, mas há muitos casos de crianças que conseguem “convencer os pais” e ensinam-lhes o que aprendem na escola, como por exemplo, a reciclagem, a prática de exercício físico, entre outros. Ou seja, eu penso, que nalguns casos, a influência que as crianças recebem em casa, só as destabiliza e muitos dos ensinamentos que recebem na escola, pouco servirá!
4- Mobilização de conhecimentos académicos:
Tal como nos é dito na DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM EDUCAÇÃO ÁREA DE ESPECIALIZAÇÃO DE ADMINISTRAÇÃO EDUCACIONAL “Relação Família-Escola e Participação dos Pais” escrito por Maria do Céu Gomes Leal de Oliveira, entre a família e a escola existia uma barreira praticamente intransponível e a relação existente limitava-se a um mínimo indispensável.
Actualmente, as transformações ocorridas a nível económico, social e cultural repercutem-se nestas instituições obrigando-as a questionar-se sobre que tipo de relação pretendem.
“A família sempre foi e continua a ser a instituição-chave onde se estreia a socialização; é nela que a criança se inicia como indivíduo social desde o seu nascimento. Depois, surge a escola, em parceria com a comunidade, onde o indivíduo se insere, num processo de socialização que se desenrola ao longo da vida. Portanto, a família nunca pode abdicar da sua função socializadora, embora, na escola, a interacção social se amplifique, ganhe uma nova dimensão, diversificada e plural e se transforme num processo dinâmico que funciona ou deve funcionar, sempre, numa convergência de esforços com a família”.
Daqui resulta objectivamente a necessidade de escola e família se tornarem parceiros privilegiados de todo o processo educativo para que desta interacção permanente se possa obter um desenvolvimento harmonioso e equilibrado dos indivíduos.
“E se muitos pais não participam, por razões diversas, na vida escolar dos seus filhos, há que procurar a melhor forma de os trazer à escola ou até mesmo a maneira mais eficaz de ser a própria escola a aproximar-se deles, propondo-lhes ou descobrindo, em conjunto, modos de participação em que os professores terão um papel primordial a desempenhar.
Quando esta barreira‟ for ultrapassada a relação família-escola sairá beneficiada pois, quer os pais quer a escola, assumirão, em definitivo o seu papel de co-responsabilização no processo educativo que, desta forma, caminhará para um funcionamento mais perfeito e eficaz”.
Referência Bibliográfica: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM EDUCAÇÃO ÁREA DE ESPECIALIZAÇÃO DE ADMINISTRAÇÃO EDUCACIONAL / Tese defendida no INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO E TRABALHO.
Maria do Céu Gomes Leal de Oliveira (2010).Relação Família-Escola e Participação dos Pai. Porto, Setembro de 2010
Disponível em : http://www.iset.pt/iset/DissertacoesPDF/9_ceu_oliveira_web.pdf
(imagem retirada do "google imagens")